A sessão extraordinária convocada para a noite desta quinta-feira
(10) na Assembleia Legislativa virou um campo de batalha: de um lado o
presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), e do outro o líder da oposição,
Elmar Nascimento (DEM). A idéia era analisar três projetos:
a doação de
terras para famílias de quilombolas, isenções fiscais para a construção
do metrô e gratificações para servidores da Fazenda.
No entanto, Elmar afirma que não foi definida uma pauta prévia com os
tópicos e não aceitou analisar todas as matérias, enquanto Nilo buscou
estabelecer uma forma de terminar o dia – mesmo que convocando uma
segunda sessão em sequência – para zerar a pauta. No meio de uma
discussão acalorada, o líder da oposição questionou a ausência de
deputados e acusou o presidente da Assembleia de aceitar a realização de
uma “sessão fantasma” para ajudar a base do governador Jaques Wagner
(PT). “Vou denunciar que tem deputado que está no exterior contando como
presente. É uma sessão fantasma, ilegal. Eu provo”, garantiu Elmar.
O democrata ainda relatou que não houve acordo para manter o quorum
da sessão passada, o que Nilo caracterizou como uma tradição antiga da
AL-BA. “A oposição veio disposta a ajudar e votar todos os projetos.
Vossa Excelência hoje está tentando ajudar o governo, sem se manter
equidistante do processo legislativo como deveria ser. A oposição vai
entrar em completa e irrestrita obstrução no sentido de impedir qualquer
tipo de votação desse e de outros projetos. Esse líder, enquanto for
líder, não celebra mais nenhum tipo de acordo”, ameaçou o deputado.
Com o clima cada vez mais quente, o presidente Marcelo Nilo criticou
parlamentares “que não têm palavra”, ao assegurar que não se referia a
Elmar Nascimento. No entanto, em meio ao bate-boca, o pedetista negou a
suposta manobra em prol da base governista e deixou claro que o recado
foi sim para o adversário desta noite. “Fico triste com essas
informações de Vossa Excelência. Para mim, assinatura de deputado é
secundária. Vale a palavra e Vossa Excelência deu a palavra diversas
vezes”, disse o presidente, que mandou cortar o microfone do líder da
oposição, que bradava ao fundo.
Após pedir respeito, Nilo subiu o tom e disparou acusações contra
Elmar. “Vossa Excelência tem uma história que não condiz com a minha,
somos completamente diferentes. Você era do governo, veio para oposição,
voltou para o governo, depois para a oposição e não sei onde está.
Tenho história, Vossa Excelência está sendo injusto”, cutucou. O líder
da minoria ganhou o apoio do vice-líder do bloco, Bruno Reis (PMDB), que
chegou a pedir que o painel fosse zerado e se fizesse uma recontagem
dos deputados presentes.
O presidente aceitou o requerimento, mas antes de colocá-lo em
prática o líder do DEM, Carlos Gaban, tentou colocar panos quentes e
pediu a suspensão dos trabalhos para “tentar um acordo”. O pedido foi
atendido. a sessão pausada, mas o clima não esfriou e as votações foram
adiadas para a manhã desta sexta-feira (11).
BN via campoformosonoticias.com