Deputado publicou comentário nas redes sociais e chamou até um deputado baiano de “alemão”
Sem poupar ninguém, Romário criticou duramente a tragédia do
“Mineiraço”, quando o Brasil foi vergonhosamente massacrado pela
Alemanha. Entre os alvos preferidos, o deputado federal escolheu a
presidente da República e os dirigentes do futebol, a quem chamou de “de
ladrões, corruptos e quadrilheiros”.
Na esteira das críticas, ele chegou a chamar um deputado baiano de
“alemão”.
Trata-se de José Rocha, do PR baiano, apontado por Romário
como um dos responsáveis por arquivar um projeto de lei federal que
daria “responsabilidade social” à CBF e aos clubes brasileiros.Confira alguns trechos do texto e se impressione com as declarações do “baixinho”, campeão do mundo em 1994:
“Quem tem boa memória, vai lembrar da minha frase: Fora de campo, já perdemos a Copa de goleada!
Vivemos uma crise no nosso esporte mais amado, chegamos ao auge
dela. Acha que isso é problema só dos jogadores ou do Felipão? Nem de
longe. Nosso futebol vem se deteriorando há anos, sendo sugado por
cartolas que não têm talento para fazer sequer uma embaixadinha. Ficam
dos seus camarotes de luxo nos estádios brindando os milhões que entram
em suas contas. Um bando de ladrões, corruptos e “quadrilheiros”!
O meu sentimento é de revolta.
Estou há quatro anos pregando no deserto sobre os problemas da
Confederação Brasileira de Futebol, uma instituição corrupta gerindo um
patrimônio de altíssimo valor de mercado, usando nosso hino, nossa
bandeira, nossas cores e, o mais importante, nosso material humano,
nossos jogadores. Porque não se iludam, futebol é negócio, business,
entretenimento e move rios de dinheiro. Nunca tive o apoio da presidenta
do País, Dilma Rousseff, ou do ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Que
todos saibam: já pedi várias vezes uma intervenção política do Governo
Federal no nosso futebol.
Em 2012, eu apresentei um pedido de CPI da CBF, baseado em um
série de escândalos envolvendo a entidade, como o enriquecimento ilícito
de dirigentes, corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e
desvio de verba do patrocínio da empresa área TAM. O pedido está parado
em alguma gaveta em Brasília há dois anos. Em questionamento ao
presidente da Câmara dos Deputados, sr. Henrique Eduardo Alves, mas ouvi
como resposta que este não era o melhor momento para se instalar esta
CPI. Não concordei, mas respeitei a decisão. E agora, presidente, está
na hora?
O presidente da entidade, José Maria Marin, é ladrão de medalha,
de energia, de terreno público e apoiador da ditadura. Marco Polo Del
Nero, seu atual vice, recentemente foi detido, investigado e indiciado
pela Polícia Federal por possíveis crimes contra o sistema financeiro,
corrupção e formação de quadrilha. São esses que comandam o nosso
futebol. Querem vergonha maior que essa?
Marin e Del Nero tinham que estar era na cadeia! Bando de vagabundos!!!
A corrupção da CBF tem raízes em todos os clubes brasileiros,
vale lembrar que são as federações e clubes que elegem há anos o mesmo
grupo de cartolas, com os mesmos métodos de gestão arcaicos e corruptos
implementados por João Havelange e Ricardo Teixeira e mantidos por Marin
e Del Nero. Vale lembrar, que estes dois últimos mudaram o estatuto da
entidade e anteciparam a eleição da CBF para antes da Copa. Já prevendo
uma possível derrota e a dificuldade que eles teriam de se manter no
poder com um quadro desfavorável.
E os clubes? Sim, eles também são responsáveis por essa crise.
Gestões fraudulentas, falta de investimento na base, na formação de
atletas. Grandes clubes brasileiros estão falindo afogados em dívidas
bilionárias com bancos e não pagamentos de impostos como INSS, FGTS e
Receita Federal.
Um projeto que previa que clubes pagassem apenas 10% de suas
dívidas e investissem 90% restante em formação de atletas. Parece até
deboche. Uma soma de aproximadamente R$ 4 bilhões ou muito mais, não se
sabe ao certo. Corajosamente, o deputado Otávio Leite, reconstruiu o
texto e apresentou uma proposta honesta estruturada em responsabilidade
fiscal, parcelamento de dívidas e a criação de um fundo de iniciação
esportiva, com obrigações claras para clubes e CBF.
Em resumo, a nova proposta além de constituir a Seleção
Brasileira de Futebol e o Futebol Brasileiro como Patrimônio Cultural
Imaterial – obrigava a CBF a contribuir com alíquota de 5% sobre as
receitas de comercialização de produtos e serviços proveniente da
atividade de Representação do Futebol Brasileiro nos âmbitos nacional e
internacional. O tributo também incidiria sobre patrocínio, venda de
direitos de transmissão de imagens dos jogos da seleção brasileira,
vendas de apresentação em amistosos ou torneios para terceiros,
bilheterias das partidas amistosas e royalties sobre produtos
licenciados. O valor seria destinado a um fundo de iniciação esportiva
para crianças e jovens de todo o Brasil. Esses e outros artigos dariam
responsabilidade à CBF, punição à entidades e outros gestores do
futebol, a CBF estaria sujeita a fiscalização do TCU e obrigada a ter
participação de um conselho de atletas nas decisões.
Mas este texto infelizmente não foi para a frente. Sete
deputados alemães fizeram os gols que desclassificaram nosso futebol e
nos tirou a chance de moralizar nosso esporte. Estes deputados, como
todos sabem, fazem parte da Bancada da CBF, mudei o nome porque Bancada
da Bola é muito pejorativo para algo que amamos tanto. Gosto de dar os
nomes: Rodrigo Maia (DEM -RJ), Guilherme Campos (PSD-SP), Arnaldo Faria
de Sá (PTB-SP), José Rocha (PR-BA) , Vicente Cândido (PT-SP), Jovair
Arantes (PTB-GO) e Valdivino de Oliveira (PSDB-GO).
Essa partida ainda pode ser revertida com a votação do projeto
no Plenário da Câmara. Será que esses sete deputados voltarão a
prejudicar o nosso futebol?
O futebol brasileiro tomou uma goleada e a derrota retumbante,
infelizmente, não foi só em campo. Nem sequer tivemos o prazer de jogar
no Maracanã, um templo do futebol mundial, reformado ao custo de mais de
R$ 1 bilhão. Acha que foi porque não chegamos a final? Não. Poderíamos
ter jogado qualquer outro jogo lá. A resposta disso é ganância e
arrogância. É a CBF que escolhe onde o Brasil vai jogar, mas,
obviamente, poderia ter tido interferência do Ministério do Esporte e da
presidência da República, mas nenhum destes se manifestou. Quem levou
com essas escolhas?
Para fechar com chave de ouro, a CBF expulsou do vestiário Cafú,
capitão de seleção do pentacampeonato. Cafú foi expulso do vestiário
enquanto cumprimentava os jogadores ontem. Este é o retrato do nosso
futebol hoje, não honramos a nossa história.
Dilma tem sim que entregar a taça para outra seleção. Este gesto
será o retrato do valor que ela deu ao nosso futebol nos últimos anos!
Eles levarão a taça e nós ficaremos com nossos estádios superfaturados e
nenhum legado material, porque imaterial, mostramos para o mundo que
com toda nossa dificuldade, somos um povo feliz.
Essa será a taça da vergonha.”
Varela Noticias