O
governo brasileiro entrou em uma longa briga judicial nos Estados
Unidos para reivindicar a propriedade da maior esmeralda já encontrada
no planeta. A pedra bruta de 381 quilos é avaliada em 372 milhões de
dólares (aproximadamente R$ 1,2 bilhão) e foi tirada de uma mina na
Bahia em 2001. Desde então, ela foi protagonista de disputas entre
investidores ambiciosos, desapareceu no furacão Katrina e foi roubada de
um cofre.
Após
a descoberta em 2001, a gema foi transportada para São Paulo e passou
por várias mãos nos anos seguintes. Oito pessoas diferentes já
reivindicaram a propriedade da pedra preciosa, e nesta semana uma corte
de Los Angeles, na Califórnia, irá ouvir as partes envolvidas no
processo para definir com quem ela ficará.
Segundo o jornal Los Angeles Times,
a pedra foi levada em 2005 para Anthony Thomas, um empresário na
Califórnia que conhecia os mineradores. Ele então a transportou para
Nova Orleans, Estado norte-americano que foi devastado pelo furacão
Katrina naquela época. Após ser recuperada, a esmeralda acabou caindo
nas mãos de um investidor chamado Larry Biegler, que tempos depois
reportou à polícia o desaparecimento da pedra de um cofre em Los
Angeles. As investigações levaram a um outro cofre, localizado na cidade
de Las Vegas, sob a responsabilidade dos empresários Kit Morrison e
Todd Armstrong.
O
advogado de Morrison, Andrew Spielberger, disse que os dois empresários
pagaram a Biegler uma soma de sete dígitos pela pedra, sem revelar o
valor exato. As investigações da polícia não chegaram a uma conclusão
sobre quem era o proprietário da esmeralda, então ela foi confiscada e
está escondida em algum lugar de Los Angeles.
O
governo brasileiro entrou na disputa pela preciosidade em setembro de
2014, dizendo que os outros argumentos de posse são irrelevantes.
Segundo o advogado que representa o País em Los Angeles, John Nadolenco,
a esmeralda foi extraída e exportada ilegalmente. Se ela for
recuperada, a intenção é levá-la para o Museu da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ) e colocá-la em exposição devido ao seu imenso
valor cultural e científico.
A
outra parte que restou no processo é um grupo liderado por Morrison, e
seu advogado diz que o Brasil demorou demais para reivindicar a
propriedade da esmeralda. “Meu cliente não comprou a pedra para deixá-la
no porão. Se o Brasil está interessado em comprá-la para deixá-la
exposta, nós vemos valor nisso”, disse o advogado ao Los Angeles Times.
Fonte: Estadao