Muitos boatos espalhados em rede sociais em progressão geométrica nos últimos dias e principalmente nesta sexta-feira (1) dão conta que uma suposta nova greve geral dos caminhoneiros seria deflagrada do dia 4 para o dia 5 (segunda para terça-feira) e as rodovias seriam bloqueadas novamente para protestar contra os preços dos combustíveis e a política do governo Temer.
A boataria provocou uma grande movimentação em postos de combustíveis e distribuidoras de gás em Apucarana. De acordo com Rodrigo Ducatti, que é dono dos postos Catedral e outros três estabelecimentos em Apucarana e região, a procura está bem acima da média, com filas enormes nos postos onde há combustíveis.
Whatsapp
Os áudios, vídeos e imagens no whatsapp apontam que a nova greve aconteceria na próxima segunda-feira, dia 4, durante a madrugada, e desta vez as estradas seriam bloqueadas, sem ninguém passando pelas vias públicas.
No entanto, não há nenhuma entidade ligadas aos caminhoneiros que assuma a convocação de uma nova paralisação, apenas pessoas conhecidas das redes sociais por reiterarem que a manifestação nunca terminaria.
Os supostos caminhoneiros afirmam nos vídeos e áudios que agora o movimento vem com força e que nada passará pelas estradas. “O movimento vem ainda mais forte. Estoquem comida, abasteçam seus carros. Queremos a queda do presidente Michel Temer”, frisa o suposto profissional do volante. Mas lideranças dos caminhoneiros afirmam desconhecer uma nova paralisação da categoria.
Exército e polícia nas rodovias
A presença ostensiva dos órgãos de Segurança Pública, incluindo o Exército, nas rodovias brasileiras, dificulta uma nova mobilização como os dos últimos dez dias. Prisões de quem incitar uma manifestação sem pauta e de bloqueio total podem ocorrer.
Redes sociais pulverizadas
A mesma popularidade que fortaleceu o movimento dos caminhoneiros contra o preço dos combustíveis propiciou ainda meio para que boatos relacionados à crise fossem "pulverizados" em redes sociais. Por aplicativos de mensagens, não foram poucos os falsos alertas e as informações mentirosas que circularam em mais de uma semana de mobilização. Inclusive, com apropriação política do caos.
Os pedidos de intervenção militar, que estiveram presentes em parte dos discursos dos manifestantes, ficaram ainda mais evidentes pelos boatos plantados no WhatsApp.
Um dos mais compartilhados dava conta de uma falsa informação de que os militares haviam pressionado o presidente Michel Temer a encerrar a greve, sob pena de provocar a intervenção militar no País. Era mentira.
Só a página Boatos.Org, que toma para si a responsabilidade de checar a veracidade das informações que circulam nas redes sociais, contou mais de 15 mensagens que ganharam notoriedade pelo compartilhamento via WhatsApp mas que não são verdadeiras.
Boatos sobre a greve dos caminhoneiros*
* Todos essas informações circularam pelo WhatsApp durante o período de paralisação e são comprovadamente falsas.
Eleições antecipadas
Circulou falsa lista de reivindicação dos caminhoneiros que pedia a renúncia de Temer e dos presidentes da Câmara e do Senado, além de eleições antecipadas
Bloqueio do WhatsApp
Boato apontava que o Governo Federal bloquearia a internet e o WhatsApp no Brasil para evitar comunicação.
Corte de energia
Falsa “denúncia” dizia que os deputados federais assinaram liminar que determinava corte de energia em todo o País.
Confisco de contas
Áudio de suposta funcionária do Banco do Brasil alertava que haveria confisco de contas bancárias.
Estado de sítio
Boato dizia que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pediu para que Temer decretasse estado de sítio por conta da greve.
Intervenção militar
Texto no WhatsApp dizia que generais do Exército tinham dado prazo para Temer solucionar a greve dos caminhoneiros, sob risco de ocorrer intervenção militar no País.
Estoque de comida
Por áudio falso, suposto presidente do sindicato dos caminhoneiros alertava à população a estocar comida e combustível.
Temer expulso
Vídeo mostrava presidente Temer sendo expulso de protesto dos caminhoneiros. O vídeo ocorreu após desabamento em São Paulo, não foi no contexto da greve.
Greve geral
Cartaz “anunciava” que haveria greve geral em todo o País na última segunda-feira, 28, sem participação de partidos, políticos e sindicatos.
O que são boatos
São informações falsas que costumam circular por redes sociais de compartilhamento de mensagens, como WhatsApp, e costumam ter cunho alarmistas. Uma das características é atribuir a informação a uma pessoa de suposta proximidade, por exemplo “um amigo me disse...”, “um conhecido me contou…”, “um parente viu...”.
Fake news
São notícias falsas postadas em sites criados com o objetivo de confundir os leitores sobre a credibilidade. Geralmente o site tenta se assemelhar a uma estrutura de portal online. O conteúdo falso postado nessas páginas são divulgados em redes sociais.