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Ainda alvo de muito preconceito, a depressão está na lista das doenças mais incapacitantes do mundo, com reflexos que podem levar ao déficit cognitivo, problemas de memória, de aprendizado, de expressão de emoções e raciocínio, de acordo com presidente da Associação dos Psiquiatras da Bahia e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e FTC, Miriam Elza Gorender.
O
pensamento de que a doença é uma “dor da alma” e que pode ser superada
apenas com pensamentos positivos e força de vontade deve ser abolido, de
acordo com a médica, que explica que a depressão “é uma doença do
corpo, não é um estado de espírito, um mau humor ou uma questão
emocional”. “É uma doença que encurta a vida da pessoa em cerca de 10 a
15 anos se não for tratada”, advertiu ao destacar a importância que se
deve dar à saúde mental das pessoas. “A Organização Mundial de Saúde
(OMS) há vários anos decreta que não há saúde sem a saúde mental”,
frisou.
A
especialista ainda comenta dados de pesquisas recentes que revelam
crescimento no número de casos de depressão. A psiquiatra aponta que
esse aumento pode ser relacionado à exposição das pessoas a ambientes
cada vez mais estressantes. Então “quando a pessoa vive em um ambiente
mais tranquilo, existe menos possibilidade de haver um desencadeamento
de um primeiro episódio depressivo”, assegurou a médica.
A campanha
Setembro Amarelo, que durante todo o mês chama a atenção para a
prevenção ao suicídio e cuidado com a mente, foi destacada e elogiada
pela psiquiatra. No entanto, um alerta sobre a maneira como se contribui
foi feito. Para Miriam, é preciso ter cautela ao oferecer ajuda a
alguém em crise, apesar da boa intenção é possível causar mais mal do
que bem, porque “não basta dar um ombro para resolver o problema da
pessoa”, é preciso orientar para que se procure um profissional adequado
e capacitado.